domingo, 8 de dezembro de 2013

Fogos de artificio




Sou...


A mentira que assombra sua única esperança.         O refresco cego para seus olhos.
O sabor asco eterno na sua boca.         Os cacos de vidro que seus pés flutuam por baixo.

O último suspiro de uma pedra. O primeiro segundo antes da morte.
O câncer de um trago e tiro.       O silêncio completo de um corpo caindo.

O sabor doce de seu único beijo.           A pena de um anjo que cai em sua janela.
Seu amante amado e seu ladrão de rosas.  Seu amor escrito em um muro.
Seus espinhos em sua pele.         Suas curvas molhadas e derrapantes.
Sua lâmina que percorre a carne.          Suas linhas segurando seu sorriso.
Sua lágrima de vidro feliz.            Suas luzes de natal da sua rua.

Os cacos colados de seu coração.         O pecado que existe em sua pele.
O fantasma que vela seus sonhos.  A dor suave de sua saudade.
A água que lava seu sexo.            O som da chuva que embala seu sono.

O motivo de pensar em alguém.            A luz que dura um segundo.
O escuro por detrás de tudo.      O tecido que abraça suas mãos.
A fruta que te sacia e a sede que te salga.      O amor que nunca teve.

As cartas que nunca chegaram.             Aquela ligação que te livra da pena de morte.
O som limpo de sua voz carregada de goso.  O vento que te molda.

Não sou ninguém, nem nada, nem um acidente, nem um fantasma, nem um ser vivente sem você!









Estou enterrado no solo solar!

O Sol está se apagando por sua insistência e indisciplina!
Não podemos mais sonhar, pois foram comprados! E as pedras de plástico se ajoelham implorando para morrer! Cubra meus véus com a cor negra da areia de Cristo!

Jamais pereça nos montes sombrios! Seu lado obscuro me ofusca a língua! Deixe de fabricar e parta o bolso! Deixe de fornicar e parta o bolo!

Seu inimigo medonho é você mesmo! Suas tranças de papel são lambidas pelo seio milionário da derrota!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

the cat killer man


Ele se levantou subitamente do sofá e foi até a porta da sala. Girou a maçaneta e a chave ao mesmo tempo.
Sabia que tinha que tomar um trago de qualquer coisa forte e passou pelo portão como se não se importasse com quem estava lá fora, na rua, e o veria de óculos, mesmo sabendo que odeia sair na rua de óculos.
Tateou os bolsos, como se tateasse uma terra molhada, tentando se levantar.  E encontrou algumas moedas, e fazendo um calculo mental, concluiu que as moedas dava para caso aquilo fosse necessário.
Trancou o portão atrás de si e atravessou a rua... O bar estava aberto, e o dono era um velho conhecido.
Pediu uma dose dupla de vodca, e logo, foi servida em um copo descartável.
Tomou um gole sem fazer careta, nos três goles seguintes fez careta.
Pagou as doses como se pagasse uma pena há anos preso em seu corpo.
Sem dizer muito disse: Tchau!
Atravessou a rua, abriu o portão, e logo viu que tinha esquecido a porta da sala aberta.
E pensou: Merda! Como sou burro!?
Deitou no sofá como se jogasse um saco inútil de areia...
De soslaio viu o gato de vidro que não era de vidro passar pelo lado do sofá...
E pensou: Gato folgado, nem tem nome direito e já vive em minha casa...
Levantou-se, colocou o gato para fora e trancou todas as portas, janelas, orifícios que pudessem passar um gato...
Deitou novamente e suavemente no sofá...
Ligou a teve...
Colocou em um canal qualquer, só para servir de plano de fundo para seu sono mesmo...
Parou em um canal de esportes...
Em...5...4...3...2...1 minuto dormiu!
Passaram-se 30 minutos longos...
Acordou ouvindo um miado...
Mais não era um miado de um animal felino... e sim de um humano...
Quando seus olhos focaram ele viu uma figura humana obesadamente mórbida com uma mascará de látex de gato...
A figura estava totalmente nua...
Sem mesmo lhe dar tempo de gritar, o homem gordo golpeou com as duas mãos o crânio do morador com um tijolo marrom de construção espatifando-o e cortando sua mão obesa...
O homem logo deitou inconsciente, com a cabeça começando a inundar de sangue...

sexta-feira, 29 de março de 2013
















Em meu corpo aprisionado encontra-se  minha alma insana, latente e vibrante que tenta flutuar entre todas as suturas carnais.

Eu gostaria que houvesse um laço vermelho de fita preso a você, que nos ligasse e no entanto mesmo eu enviando todas as rosas mortas deste mundo, não há... E não sei se haverá!
Eu estou devendo cartas a todas as pessoas que não me pedem... serve cartas de baralho?
Estou escrevendo estas palavras para vende-las, e usar a grana para comprar uma calça nova para te encontrar...
Eu posso polir, sei que posso!
Mas limpar toda esta sujeira de sua pele demorará séculos!
Sem rodeios eu poderia estar rodeando sua aureola com aquele copo barato americano que roubamos daquele motel!
Eu tenho que parar de criar expectativas e deixar que elas se alimentem do meu coração já quebrado novamente por alguém sem pelos.

Quero circular entre suas pernas dia após dia, meses após tramelas, anos após brigas e décadas após garrafas de vinho que meu dinheiro me permite comprar.
Nada do que eu faça será feito antes que se faça e deixar ser feito por fazer, e isso eu não quero! No final de tudo alguém já terá feito... antes de mim, ou antes mesmo de você ter nascida...

Eu sei que vou errar, sabe? Mas não quero errar feio, para que você nem possa me perdoar, mais se eu errar não vai ser com minha lealdade, e meus erros são perdoáveis! Então mesmo antes de ter errado, me desculpe?!

Você está bêbada, não está?! Eu ainda ouço você me traindo, como a chuva trai o vento e desvia aquela lágrima para dentro de seus olhos! Você está dormindo, não está? Eu sei, eu a ouço respirar ofegantemente como se estivesse tendo um orgasmo foi o que você teve agora não foi?!

Desligando... Claft!