domingo, 8 de dezembro de 2013

Fogos de artificio




Sou...


A mentira que assombra sua única esperança.         O refresco cego para seus olhos.
O sabor asco eterno na sua boca.         Os cacos de vidro que seus pés flutuam por baixo.

O último suspiro de uma pedra. O primeiro segundo antes da morte.
O câncer de um trago e tiro.       O silêncio completo de um corpo caindo.

O sabor doce de seu único beijo.           A pena de um anjo que cai em sua janela.
Seu amante amado e seu ladrão de rosas.  Seu amor escrito em um muro.
Seus espinhos em sua pele.         Suas curvas molhadas e derrapantes.
Sua lâmina que percorre a carne.          Suas linhas segurando seu sorriso.
Sua lágrima de vidro feliz.            Suas luzes de natal da sua rua.

Os cacos colados de seu coração.         O pecado que existe em sua pele.
O fantasma que vela seus sonhos.  A dor suave de sua saudade.
A água que lava seu sexo.            O som da chuva que embala seu sono.

O motivo de pensar em alguém.            A luz que dura um segundo.
O escuro por detrás de tudo.      O tecido que abraça suas mãos.
A fruta que te sacia e a sede que te salga.      O amor que nunca teve.

As cartas que nunca chegaram.             Aquela ligação que te livra da pena de morte.
O som limpo de sua voz carregada de goso.  O vento que te molda.

Não sou ninguém, nem nada, nem um acidente, nem um fantasma, nem um ser vivente sem você!









Um comentário:

Eliara Sandim disse...

acho que um fantasma talvez, um fantasma assombrado com o mundo vivo, um fantasma sem graça, sem sal e sem riso... acho que me identifico com o fantasma que não se acha fantasma, ainda. mas sente a fantasmagoria do sentimento de mão ser mais nada.