Sou...
A mentira que assombra sua única esperança. O
refresco cego para seus olhos.
O sabor asco eterno na sua boca. Os cacos de vidro que seus pés flutuam
por baixo.
O último suspiro de uma pedra. O primeiro segundo antes da morte.
O câncer de um trago e tiro. O silêncio completo de um corpo caindo.
O sabor doce de seu único beijo. A pena de um anjo que cai em sua
janela.
Seu amante amado e seu ladrão de
rosas. Seu amor escrito em um muro.
Seus espinhos em sua pele. Suas curvas molhadas e derrapantes.
Sua lâmina que percorre a carne. Suas linhas segurando seu sorriso.
Sua lágrima de vidro feliz. Suas luzes de natal da sua rua.
Os cacos colados de seu coração. O pecado que existe em sua pele.
O fantasma que vela seus sonhos. A dor suave de sua saudade.
A água que lava seu sexo. O som da chuva que embala seu sono.
O motivo de pensar em alguém. A luz que dura um segundo.
O escuro por detrás de tudo. O tecido que abraça suas mãos.
A fruta que te sacia e a sede que te salga. O amor que nunca teve.
As cartas que nunca chegaram. Aquela ligação que te livra da pena
de morte.
O som limpo de sua voz carregada de
goso. O vento que te molda.
Não sou ninguém, nem nada, nem um
acidente, nem um fantasma, nem um ser vivente sem você!
Um comentário:
acho que um fantasma talvez, um fantasma assombrado com o mundo vivo, um fantasma sem graça, sem sal e sem riso... acho que me identifico com o fantasma que não se acha fantasma, ainda. mas sente a fantasmagoria do sentimento de mão ser mais nada.
Postar um comentário