segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Das que esvai, se descaem a carne da cor e da dor

























“Gosto da maneira como posso penetrar seus poros causando dor e infortúnio.” – Foi a frase encontrada em um bilhete, escrita a mão naquele assento do ônibus. Ouço seus gemidos a cada vez que saio de você, porque habitas a escuridão de gritos e sussurros mudos. Até aonde sabemos, sua carne escorre por entre meus tímpanos, e não me sinto habitado de te-la em mim, tão macia como manteiga. Trago ervas com suas cartas velhas.E sugo seus mamilos salgados de cor e amêndoas.Haveremos de ter talvez, dores, cores e sabores feitos dentro de você que não poderei tocá-los.Então, sente e cavalgue em meu órgão carnavalesco de outono sonoro. Estas cartas enviadas por mim a mim mesmo, já não fazem a cobrança persuadir em dor. Venha, vamos nos ingerir em vermelho furta cor, até que o dia não amanheça entre nossos dedos.

Há de ser, talvez a madeira que escoa entre seus gélidos e cálidos dentes! Você sabe ler cálidos? Eu não, mais…Estar aqui talvez, é estar do outro lado do espelho, morto. Soa clichê quando a sinto mastigar-me a carne que falta em mim, debitada e debilitada em contas. Estamos vendendo suas velhas botas, para que não mais caminhe entre meu caminho ou por ele!Para que serviria as janelas, dentro das janelas cegas dos seus olhos, se não há mais você dentro delas? Para sentir seus lábios molhar selos de cartas que nunca chegarão após minha ausência de mim. Devolva os pássaros que enviei mortos para que consumisse todo o ar que ausentaram suas asas, e assim, será apenas um anjo de louça mal pintado emoldurado, e vivendo dentro de geladeiras velhas.

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